terça-feira, 15 de março de 2011

Impressões sobre Japão, Wisconsin e visita de Obama ao Brasil.

O 11 de Março de 2011 no Japão me lembrou o 11 de Setembro de 2001 aqui nos Estados Unidos. Antes do leitor soltar um "What the hell's that?", explico. O 11 de Março de 2011 era um dia normal até então pra mim, os principais sites de notícia do mundo falavam sobre mais um terremoto ocorrido no Japão, assim como em 11 de Setembro de 2001, todos os canais da tv falavam sobre mais um ataque terrorista. Quase 10 anos depois, sabemos que aquilo não foi um mero ataque terrorista, na verdade descobrimos dias depois daquela famigerada quinta-feira. Pelo menos eu, depois de muita leitura, ainda custava a acreditar nas proporções do ato e nas consequências imediatas e a longo prazo da ação. Com o que aconteceu no Japão, na última sexta-feira, tem se processado comigo o mesmo roteiro. Leio, leio e leio mais sobre, saco as imagens, os depoimentos, as previsões dos "gurus" da economia mudial, e continuo sem conseguir ordenar as ideias na cabeça. E pra completar, o Kosuke, um dos japoneses da minha sala, não apareceu pela aula hoje, deixando todo mundo apreensivo. Ele tá por aqui a quase dois anos fazendo doutorado e a mulher e o filho tinham acabado de voltar para o Japão, pois não haviam se adaptado. Tudo muito triste. 

Durante o fim de semana tivemos a visita dos pais da Anne-Marie, que são democratas de Wisconsin. Nas últimas semanas ela sempre comentava comigo o que estava se passando por lá, sobre as manifestações, a distorção dos fatos pela mídia e de sua revolta em saber que enquanto os salários dos professores e dos profissionais ligados a saúde iriam sofrer reduções, o dos policiais permanecia inalterado. Eu escutava geralmente com atenção, mas não me liguei realmente pra o que tá acontecendo por lá até a visita de seus pais, que não falaram em outra coisa. Ae fui atrás de saber o que tava acontecendo, pelo que entendi, a questão passa por uma ofensiva, por meio do partido republicano - que tem em Wisconsin um governador - contra o poder dos sindicatos no setor público, utilizando o argumento da crise de 2008, que deixou as contas dos estados por aqui ainda mais no vermelho, ele defende cortes nos programas sociais e aumento das contribuições, dos impostos. Traduzindo: um barril de polvora. E parece que Wisconsin é apenas a tampa da panela, outros estados já ensaiam algumas manifestações. O clima de insatisfação/recessão instaurado no país pelo humores de Wall Street pode finalmente surtir resultados. Duvido.


Não tenho visto muito furdunço por aqui sobre a ida de Obama à América do Sul essa semana, com exceção dos sites brasileiros, os do PIG. =) É um clima de tietagem tão grande que no fim das contas tenho mesmo é que dá razão ao meu amigo @gabrielnegreiro quando se diz sem paciência para tanto. Continuamos sendo a galinha dos ovos de ouro, toda a América do Sul, a diferença agora é que tentamos conversar "olho no olho". Tentamos. Eu disse, tentamos. 
E que história absurda foi essa que li que tem neguinho esperando que ele anuncie o fim da exigência de visto pra entrar aqui? Meu, puta mundo injusto se isso acontecer. =P


Vou ficando por aqui, das seis pessoas da minha residência, 4 estão doentes, todos do sexo masculino. Quanto tempo será que minha garganta resiste? Declaro aberto o bolão! rsrsrs

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