domingo, 20 de fevereiro de 2011

"What's over there?"


"Biutiful"
É com essa pergunta que a cena inicial e cena final do filme terminam. “O que é/existe lá?” E Iñárritu me faz chorar, pela enésima vez. Confesso que tive medo dele tomar pra si a síndrome Shyamalan. “Babel”, seu último longa, foi exageradamente construído com o que ele já tinha feito de melhor nos filmes anteriores: a falta de linearidade - característica marcante em sua filmografia e muito bem utilizada, até "Babel". É aquela velha história, tudo o que é demais abusa. Em “Biutiful”, ele, uma vez mais, a utiliza. Mas de uma forma absolutamente diferente, sutil. E o resultado é de uma beleza sem fim.

Uxbal, personagem principal interpretado por Javier Bardem (inexplicavelmente de tirar o fôlego, como sempre), é um homem atormentado, às voltas com um casamento que não deu certo, com uma doença grave, crimes e uma espiritualidade à flor da pele - mediunidade, gente. E o sentimento de culpa está à espreita, durante as duas horas e 15 minutos de filme. Pra quem gosta de se emocionar na sala escura, tá mais do que recomendado.

"What's over there?"
Nobody knows, Iñárritu. NOBODY knows.


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